quarta-feira, julho 13, 2011

Uma historinha, um conselho, contada por várias vozes

Uma historinha, um conselho, contada por várias vozes.

Certo dia, a pessoa com mais problema no mundo acorda, levanta lentamente colocando diretamente seus pés, naquele chinelo todo despedaçado e sai andando lentamente em direção a cozinha, no caminho entre o quarto e a cozinha há um grande corredor que ao ele entrar, passa um cão correndo e quase o derruba, ele fala mal aos ventos, continua seu caminha pacientemente e quando chega à cozinha sua irmã pequena que estava com uma bolinha de tênis brincando com o outro irmão, a deixa escapar e acaba o acertando, a bolinha vai diretamente a sua testa e com o susto ele cai de costas no chão, um garoto no chão da cozinha, com aquele olhar assustador.
Ele levanta olha para sua irmã e se dirige a ela, pega a bolinha que já tinha retornado a mão da menina e joga pela janela e se dirige a geladeira como se nada tivesse acontecido deixando seus únicos dois irmãos ali gritando e a menina, chorando. Ele abre a geladeira, pela primeira vez neste mês de outubro ela estava cheia, com mais e mais coisas para ele escolher seu café da manhã e claro, a escolha foi clássica: cereal com leite, ele já sentado na mesa redonda presente no meio da cozinha, começando a se deliciar com aquela não maravilhosa, mas agradável refeição, ouve um barulho, não só um barulho, vário seguidos e logo depois quem aparece vindo do corredor é aquele cão gigante, um dálmata muito bem cuidado e mal-educado, que puxa a toalha de mesa e derruba tudo, exatamente tudo que estava ali em cima.
O garoto de 15 anos, todo furioso, tenta não fazer sua determinação mudar, pois apesar de tudo, hoje é um dia especial, um dos únicos dias que ele pode ser útil a alguém. Então por um milagre, sem acidente algum, ele se arruma e sai da casa, ao deixar o portão nota aquele sol, fraco e agradável, que aquece o mundo nas nove horas da manha do dia dezesseis de outubro de dois mil e onze.
Daí para frente, tudo que uma pessoa tem que enfrentar normalmente, o ônibus demorando, aquela velha chata e fofoqueira que fica no ponto de ônibus, e um veículo de transporte público lotado, o trem cheirando mal e lento, e apenas o metrô lhe é útil.
Perto já do objetivo ele passa numa floricultura, compra um cacto pequeno que tem uma pequena flor em seu topo, a preferida. Ele acaba se ferindo em um dos espinhos, o que já era de se esperar, e sai da floricultura todo saltitante, cumprimentando todos que por ele passam, até chegar a casa desejada. Vê se tudo está direito onde deveria estar numa janela do carro mais próximo, e tenta tocar a campainha, toma um fraco choque, mas não se abala, e lá coloca o dedo novamente repetindo o choque, mas mantendo até realmente a campainha soar fraca em seus ouvidos distantes.
Uma linda garota aparece no fim da casa, se alegra imediatamente e se aproxima rapidamente para abrir o portão, logo ela pula em cima do garoto, e ele desequilibrado e desastrado, cai de costas no chão, mas não tenta se proteger da queda, protege a garota que cai em cima dele. O cacto não se solta da mão e ele se fere, um pouco mais gravemente, mas ainda suportável e ele acaba batendo levemente a cabeça no chão. Ele ri, os dois levantam aos poucos, ele dá um beijo na bochecha da garota, pega o cacto com uma pequeníssima mancha de seu sangue e entrega-o a ela, que deixa do lado e logo o abraça novamente.
“Feliz aniversário, meu amor, esse é o seu dia” ele diz suavemente. “Vamos curar esses ferimentos” ela diz, e os dois entram.
Eu, um narrador simples e vago, nem preciso dizer, que os problemas não passaram pela mente dele, e mesmo com tantos desastres ele teve um dos dias mais agradáveis da vida dele. Pois simplesmente, esses milhões de problemas, nunca passaram pela cabeça dele.
Minha moral foi realmente explicar para quem lesse que tudo se torna agradável se ninguém deixar que fatos externos atrapalhem.

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