quarta-feira, maio 25, 2011

A prisão

A prisão
Um vasto terreno montanhoso e lá no fundo uma muralha, muito majestosa, praticamente impossível de escalar tanto pelo exterior quanto pelo interior; portões  onde para fora é tão liso que nada poderia prender, por mais que use a cola mais forte já inventada, e por dentro algo parecido com bolhas que ao estourar liberam um líquido pegajoso que aos poucos corroe sua pele deixando verdadeiras manchas e aum formato de queijo suiço. Após o portão um raio de aproximadamente sete quilômetros - medidos a olho - de apenas uma grande floresta densa e a única vegetação rasteira eram flores venonosas, espinhos forjados e estacas voltadas para o centro.
No centro de toda essa vegetação destinada para matar e fazer com que todos se percam, há quatro grandes pedras em volta de uma pequena escada, onde só passa uma pessoa por vez; e lá ao descer as grandes pedras caem, deixando seja quem for, preso dentro daquela contrução subterrânea e olhando para trás descobre-se que a armadilha estava armada no penúltimo degrau dessa escada, claramente com o intuito de impedir que algo saia.
Logo quando descemos, a primeira coisa a ser avistada é um entradinha pequena em meio a grandes paredes, e ao entrar nota-se um caminho cheio de curvas e novas aberturas; vários caminhos sem saída e finalmente extremamente lerdo me foi a mente, mas só agora eu sei que isso é um grande, melhor, imenso labirinto.
Labirintos dignos de entradas de castelos de algum dos deuses gregos, ou até mais, entretanto quando você chega ao final de um, já cançado e esperando ver o final de todo esse caminho exagerado, você parece que voltou, a única certeza de que você realmente chegou ao final do labirinto é uma outra escada, descendo óbviamente, então para alegria de todos, praticamente caimos de degrau em degrau e o que se esperava não surge em sua visão, o que surge é outro impressionante labirinto.
E passando já o sétimo labirinto e soltando fumaças de tanto ódio de quem contriu isso tudo, aporece no fim da oitava escada, um poço, um lugar deprimente, muito escuro e com certeza ao olhar para o fundo todos nós desejamos o oitava labirinto, pois o poço parecia ter aproximadamente oitocentos metros, impossível de descer. E meu caminho estava bloqueado, preguiçoso eu que nem olhei em volta antes e ao isso fazer, descubro que tem uma corda perto do poço já pronta e com uma plataforminha para me levar abaixo, e em poucos minutos estou já descendo mas ao contrário, em muitos minutos, muitos mesmo, incontáveis, para chegar lá embaixo.
Encontrei o ponto mais baixo da construção, pois não havia escada alguma mais, é um lugar onde não dá pra se enxergar nada, por isso tive que acender uma tocha, e um grande pátio com circulos e mais circulos de estacas voltadas para dentro e no meio de tudo isso, imóvel, há algo, que parece uma pessoa, mas ela ou ela é meio pálida, meio transparente, e meio sem vida, incapaz de se mover, pelo tamanho de quatro algemas que prendem seus pés e mãos no chão, cada algema devia pesar uns trinta quilos, suficientes para ele nunca mais levantar. Mas seja lá o que fosse, ele dorme tão suavemente, parece que se recusava a acordar e que sua vida está no sonho, parece sua única esperança além de parecer que ele ou ela nunca desejará sair deste local, por mais horripilante e precário que ele seja, além do mais, não acredito que seja capaz de nada sair daqui.
O escuro de repente some, algumas cores aparecem e um rosto familia me aparece e com uma voz suava comenta "Porque demorou tanto?" E eu com toda certeza que poderia expremer de mim respondo "Porque eu olhei para dentro de mim mesmo, e só depois de muito tempo consegui encontrar minha personalidade". Como não terminei a frase com o que todos se esperam, o resultado, a cena termina apenas com duas mais frases, a do rosto familiar "E agora? É que você sempre quis ser?" E a minha duvidosa "Talvez eu nunca seja, mas só sei que por enquanto, voce terá que me aguentar assim como sou, espero que tenha paciência comigo". Abro um sorriso honesto mais tímido e o cenário se escuresse novamente.

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